“Anos cinquenta”
Autor: Sofia Albite on Friday, 10 October 2025
Penso em nós com tal frequência
que já só vejo o mundo a preto e branco.
Tu és o branco.
Eu, o preto.
Apenas tu vives comigo.
Eu não sei com quem viverei.
Rezo esperançosamente para que me batas à porta.
Esta amarga dependência
leva-me à guerra.
Saio ferida.
Sem um braço.
Deus pergunta-me porque manco.
A minha resposta és tu.
(Só tu, prometo.)
Não me queiras como um amigo.
Não sei assim quem amarei…
Se para me amares não tiveres paciência…
Então, declaro-me morta.
Já sou morta sem a tua presença.
Marcada está a minha sentença.
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