“Anos cinquenta”

Penso em nós com tal frequência

que já só vejo o mundo a preto e branco.
Tu és o branco.
Eu, o preto.

Apenas tu vives comigo.
Eu não sei com quem viverei.
Rezo esperançosamente para que me batas à porta.

Esta amarga dependência
leva-me à guerra.
Saio ferida.
Sem um braço.
Deus pergunta-me porque manco.

A minha resposta és tu.
(Só tu, prometo.)

Não me queiras como um amigo.
Não sei assim quem amarei…

Se para me amares não tiveres paciência…
Então, declaro-me morta.
Já sou morta sem a tua presença.

Marcada está a minha sentença.

 
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