“Dedicatória”

 

Escrevo esta dedicatória

a um eu

que pensou que já estava morta,

deitando-se e pedindo a Deus

para nunca mais acordar.

 

A indiferença que eu tenho

por saber que a minha vida é finita

é inexistente.

Ficarei contente por me ir.

 

Preferia morrer a ficar calada

e preferia morrer a sequer existir.

 

Sinto-me num fundo sem escapatória,

que nada valeu.

Em que o meu ser se comporta

como se quisesse dizer adeus

e nunca mais voltar.

 

Este desespero é estranho,

esse tal que me grita

e que me deixa dormente

de tanto bramir. 

Preferia ser um nada

sem poder sentir.

 
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