“Terra”

 

 

 

Terra nos olhos, da boca chega-me aos ouvidos;

Terra nos pés, das pernas ao coração…

Só não tenho a ti, ò amada dos meus sentidos;

Tão presos a mim, em correntes de solidão…

 

Terra! Terra mastigada até ao meu peito,

Como se fosses o horizonte de todas as angustias;

Como se, de mim, em mim sejas carne e jeito,

De todas as horas, das noites e de tantas memórias lúcidas…

 

Terra que piso… Beijo do veneno que me coma;

Terra que sinto no vento onde respiro

E lamento, lento, filho do tempo e da terra, minha dona…

 

Para sempre é longe de um sentimento constante,

De ti, ò terra! Onde me faço e retiro,

De mim, o sangue, descrito em letras e memórias de gigante.

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