(2)Voando sobre um ninho de fadas

Sexta-feira dia 22 de junho de 2018

Estou na biblioteca e continuo a falar comigo.

Vejo o que a minha imaginação me diz. Pesco na Barragem do Cabril com o meu amigo Cepeda.

Navegamos no seu barco, uma “banheira” com asas que nos faz sonhar e apanhar Achigãs enormes.

Avistamos a Mega Fundeira, um lugar difícil de descrever, pois a sua beleza corta-nos a respiração e faz com que eu e o meu amigo fiquemos em absoluto silêncio, suspensos no tempo e inebriados pela neblina matinal e pelos raios de sol que lentamente vão chegando há superfície do espelho de água.

Os nossos corações aceleram, pois sabemos que por baixo de nós estão peixes com mais de quatro quilos…

É um fundão com mais de 60 metros de profundidade e uma passagem estreita com enormes paredes de xisto que formam um corredor de água que permite a passagem da nossa “banheira”. É aqui que à muitos anos o Cepeda tenta a sua sorte com amostras de vinil.

É neste lugar sagrado que existem os grandes achigãs que se escondem nas profundezas da barragem. Imobilizados esperam que qualquer coisa lhes passe pela frente, aí, como verdadeiras flexas atacam as amostras de vinil.

Depois, sem partir o fio, é preciso puxá-los com paciência e agilidade até à superfície e coloca-los dentro do barco, a nossa pequena “banheira” flutuante. Uma manobra difícil, pois o compromisso entre a força e a leveza da embraiagem do carreto pode permitir que o peixe se entoque, e aí nada feito… (cont.)

 

14:54

MS

22/06/2018

 

 

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