Acaso...
Autor: Frederico De Castro on Tuesday, 7 October 2014
Acaso...
Acaso me deixes
tão só
fico somente no teu ocaso
perco-me desesperado
entre tantos perenes abraços teus
pois sei do que falo
ah...se sei,
e querendo ou não
ainda assim
resisto ali perto do secreto sussurrar
dos nossos mais ténues embaraços
porque a vida que extravaso
confunde-se
nesta ironia repleta de desordem
e se hoje chorada
deixou comemorada pra amanhã
minha alegria refinada
numa lágrima
de tua convergente tristeza.
Acaso me deixes
sigo a trilha do impossível
pra que depois proclame
a mesma eternidade
a cada instante redimível
a mesma felicidade esquecida na alma
por agora
a vida revive-se palpitante e ansiosa
por serenos caminharmos unidos
afáveis e até
muito mais que autênticos
munidos de palavras incutidas
na plenitude deste poema irreverente
imigrando complacente
por esse rio debruçado nos beirais
do mar ardente,
onde reina toda a calma deliciosa e confidente
FC
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