AMALIA MARÉ DE AMOR

AMÁLIA, MARÉ DE AMOR

 

Certo dia, dum século já passado

Uma fadista nasceu

De Amália, o nome lhe foi dado

E pró fado apareceu

E como o cantava bem

Que até o rouxinol se calava

Ouvindo-a, ele ficava bem

Que seu cantar, a ela dedicava

 

A voz de Amália meiga e açucarada

Era como uma onda de mar chão

Que vai branda na crista salgada

A caminho de nosso coração

 

Amália, de nossos encantos

Aos Santos ela rezava

Com fados de alguns prantos 

Tocados p’la velha guitarra

Tu serás sempre do povo

Como sua eterna namorada

Um fado teu, sabe a pouco

À nossa vida desassossegada

 

Em Lisboa, ela é afamada

Assim como em todo o lado

Sua voz por tantos é lembrada

P’la magia que dava ao fado

Cantava um fado bonitinho

Tocado por uma bela guitarrada

Ela, o declamava baixinho

Era poesia por muitos amada

E quando sua voz subia em esplendor 

Uma brisa suave, no Tejo aparecia

Vinda de uma maré de amor

Dum povo que ela merecia

 

 

de: Fernando ramos

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