Amor na chuva

Amor na chuva

 

No calor da noite somos o arder da floresta de chuva.

Perdidos  em pele demais pele vestida de água,

fustigamos o beijo eterno em lábios limitados

e o Amor na chuva começa.

Despimos o preconceito da nudez dos corpos no húmido

enlace de tatos sensuais.

Arfar o teu cheiro por entre as gotículas,

enroscar-te,

morder-te,

queimar os espinhos que rasgam as artérias,

soletrar-me lentamente os limites dos vales e montanhas,

beber - me na fonte de água dissolvente em meu mel e na

origem

penetra-me

com ternura absoluta o fruto afrodisíaco

entre movimentos e gemidos de breve prazer.

Amor na chuva em esforço de te ter em meu querer,

transpiração do céu,

combustão impossível e eterna,

corpos em vapor,

abraços de afagos fundidos na chuva de Amor.

Amor na chuva nua.

 

Gila Moreira 

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