Amor Naufragado
AMOR NAUFRAGADO
Nunca perto, sempre longe, sem domínio e sem cadência
Navego na noite escura sem estrelas, à luz das velas
Sem rumo nem orientação, sou um náufrago da tua demência
Perdido neste mar de sentimentos, sem portas e sem janelas.
Deste amor navegante que se perdeu no mar e naufragou
Por não encontrar um porto de abrigo, farol ou uma luz acesa
Flutuando há deriva não resistiu a tanto rombo e se afundou
Nos vis baixios do ciúme contra os rochedos da incerteza.
Onde estavas quando precisei de ti? Perto, longe, distante do meu chamar
Náufrago de ti, não escuto os passos, não sinto os teus braços, não te ouço falar
Já não sinto, nem vejo esse teu gesto sem jeito de te enroscares no meu peito.
Nunca perto, sempre longe e distante, naufrago neste mar de amor imperfeito
Onde os poemas morrem e as musas cantam os sentimentos que já senti
Guardo em mim um desejo, recordar o primeiro beijo e a última vez que te vi.
João Murty