ANATOMIA DO POEMA - MONOLOGO

MONOLOGO

Olha vai tu……..
Vou para aonde? aqui vou escrevendo,
voando no verso…

Fraca desculpa, não é razão absoluta!
anda, sai, vai para o teu Universo.

Olha vai tu…
Nesta persistência que persiste,
nas frases gastas, o poeta está nu.

A final o que procuras?
Alimentar o ego, um amor virtual,
palavras e juras, ilusão e aventuras,
desassossego no espirito que mata a solidão,
palavras escondidas, frases mal escritas,
o eco da própria voz na imensidão
faminta, escura e tenebrosa,
que te alimenta as entranhas do medo,
massacrando com arte vagarosa
a solidez do teu rochedo.

Olha vai tu……
Por muito culpado que me julgues,
não me flageles com palavras
o meu corpo sangra e a minha alma
foi engolida pelo esquecimento
Não, quero histórias, nem lavras,
nem piedade, nem sentimento.

Será que a Musa da Poesia abandonou-te?
essa força quente perscrutada,
corpo de névoa, de imagem
com sulcos de tatuagem,
voz absoluta escutada.

Olha vai tu…….
A Musa habita na minha alma
a poesia não sucumbe, canta a vida e a morte,
congrega a visão do mundo, que em espaços
profundos se miram e se abraçam,
enaltecendo, reacendendo a chama.
Não sou poeta, sou apenas um profano sem sorte,
em demanda do céu da terra e da eternidade,
bebendo na poesia, o elixir da harmonia,
expurgando a inercia , na vital necessidade,
de perseguir os sonhos , reacendendo a chama.
O poeta é uma árvore, com frutos de tristeza
e com folhas murchadas de chorar o que ama.

Em tão o que fazes aí!
esgotaste o teu tempo. Sai, vai embora!
sai, sai já daí…

Tens razão vou agora!
fechei o verso, saí………..

João Murty

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Comentários

Interessante! A musa da poesia não te esqueceu...

Você disse que a musa da inspiração  sou eu!

Eu não saio, irei ficar aqui...

Esperando por ti!

Beijosss!

Um beijinho, fique bem.

João Murty

"Possivelmente os meus valores estão bem misturados com a sensibilidade"...
compreendo o perfeitamente

o poeta por vezes é tão sensível que mantém dentro dele coisas que deve largar, apega se a sentimentos que lhe fazem mal ao corpo simplesmente para alimentar a sua escrita..sim, a escrita também tem fome ...

É isso e um pouco mais. Entra no foro do processo educacional (não educação/formação académica), aquela educação que damos a nós mesmo.

O poema emerge de uma fase de saturação, revelador de impacienca face a situações que deveriam ter um tratamento diferente.

Cumprimentos, sempre bem vindo.

 

 

 

espero que tenha retirado dessa fase coisas boas para além da escrita

cumprimentos, recneps 

Interessante! SAÍ! FUI! Até qualquer hora; estou indo embora!

Beijihos!!

Beijinho Madalena!

josé João Murt... Obrigada mais uma vez!

Você é o "ANJO POÉTICO"

Beijinhos!!! Da "Poetisa das palavras doces"