Anjo Caído

Sou um vulto impercebível, e
Pairo nas sombras de outrem.
Sinto-me preso e escondido.
Um demônio bifurcado por existir.
Observo a humanidade e as peripécias.
Meus órgãos são pisoteados por eles,
Justo eles, os vermes de Nietzsche.
Tanta tristeza nas minhas asas,
Tais asas ruflam para baixo.
De Lúcifer a mim, temos a abrupta decadência.
Sou o arcanjo do esgoto, o núcleo
Do obscuro é o meu júbilo afagante.
Quero sorrir, quero ser livre;
Livre verdadeiramente,
Não como um prisioneiro
Da perpétua escuridão:
Um condenado da melancolia.

 

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