AO LONGE OS BARCOS DE FLORES
Autor: Camilo Pessanha on Monday, 7 January 2013
Só, incessante, um som de flauta chora, Viuva, gracil, na escuridão tranquilla, --Perdida voz que de entre as maís se exila, --Festões de som dissimulando a hora. Na orgia, ao longe, que em clarões scintilla E os labios, branca, do carmim desflora... Só, incessante, um som de flauta chora, Viuva, gracil, na escuridão tranquilla. E a orchestra? E os beijos? Tudo a noite, fora, Cauta, detem. Só modulada trila A flauta flebil... Quem ha-de remil-a? Quem sabe a dôr que sem razão deplora? Só, incessante, um som de flauta chora...
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