Apagão

 

É comum o sapo morrer na lagoa.
O mendigo comer lixo na sarjeta 
O tráfico de entorpecentes nas escolas, 
A fila quilométrica do INSS fazendo curva na rua estreita
O moleque desde a tenra idade viciado em cola.

É comum a violência subjugar a lei. 
A mãe com uma “penca” de filhos no semáforo pedindo esmolas 
O inocente ser refém da mesma grei,
Os filhos desesperados do desemprego 
os escravos das drogas.

É comum as ratazanas morarem no congresso. 
O lobo disfarçado de ovelhas 
A cidade grande ofuscada pelo medo, 
Os doentes morrem com a pulga atrás da orelha
A ciência não revelar seu fiel segredo. 

É comum os “anjinhos” biológicos serem depositados no lixo.
Os sonhos sufocados não saírem do travesseiro 
Os rios não serem mais infinitos,
Os animais mais belos serem instintos da fauna brasileira.
O mundo cada vez mais esquisito.

É comum a floresta ser dizimada pelos os filhos do cão. 
O santo de casa não fazer milagres 
A vida ser palco sangrento de destruição.
A placa de advertência ser adulterada, 
O grito estridente desse apagão. 

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