Apesar de tudo...
                          
              
        Autor:  Frederico De Castro on Thursday, 8 February 2018        
      
    
  
    
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
  
 
  
      
  
    
  

	Apesar de tudo encontrei a serenidade
	Dormitando entre gargalhadas que embebedavam
	Aquele breve silêncio hereditário pleno de cumplicidade
	Apesar de tudo escuto o ritmo afinado das folias latentes
	Nos nossos corações quase dementes navegando além amar
	Até que o mar nos afogue de amores e maresias tão proeminentes
	Apesar de tudo rectifiquei a solidão que provinha de um
	Complacente eco bêbado tão dissidente definitivamente um martírio
	Revelado nos afagos dos teus desejos em constante delírio
	Apesar de tudo a luz renasce do breu e busca na lamparina
	Do tempo as luminescências sigilosas da radiante madrugada
	Chegando tão exorbitante e grandiosa
	Apesar de tudo ainda espreito o recôndito da alma alimentando
	O pecúlio dos meus versos, qual património desta fé que irrompe
	Numa transfusão de silêncios explodindo frugais precisos…caudalosos
	Apesar de tudo abro as janelas do tempo e defenestro a solidão
	Que ainda medra impulsiva, muda, quase prodigiosa deixando vadio 
	Meu insaciável coração subitamente persuasivo…devidamente cativo
	Apesar de tudo neste enorme arsenal de palavras que invento
	Ficam no paiol da esperança todas as rimas letais e hegemónicas
	Desbravando a serôdia noite suspirando numa gargalhada tão platónica
	Apesar de tudo a noite sentada à soleira desta descuidada escuridão
	Pernoita em nós tão jocosa deportando a luz agora desmascarada
	Estatela-se nesta ilusão tão esmerada, metafórica, bem aprimorada
	FC
Género: