Appassionata
Autor: Frederico De Castro on Friday, 18 September 2015
E assim te proclamo
minha poesia rompendo
a madrugada errónea em nós
num vínculo de desejos travessos
quase ridículos
mas tentadoramente apaixonados
quando toda em ti até ao excesso
me sacio e arremesso
Assim conjugamos
todo o verbo amar
embutido na desordem
desta racional existência
impressa em tanta
transbordante benevolência
Assim alimentamos com
travessuras as infâncias
ingénuas
em continua solidão
transformando nossa fuga
num acto eterno de amor
onde nos inventamos cada dia
repentinos
curando todas as saudades
com insuportável gratidão
Assim acordamos cada manhã
infiltrando-nos no tempo que urge
e nos foge esquecido
alojado na eternidade
decalcada em cada carícia
nostálgica, tentadora
algemada ao quotidiano da vida
tragando-nos de forma
tão avassaladora
Foi paixão sem remédio
sem diagnóstico de sobrevivência
apaixonada e devastadora
entregámo-nos quase recompensados
rendidos à cortesia de mil palavras
espreitando cada delícia de amor
onde nos consumimos das sobras
de todas as pequenas saudades
Revela-me somente
teus cenários sem mais monotonias
Desvenda qualquer sorriso
que trazes grávida de esperança
alimentando nossas sincronias
Concretiza-me os desejos
que sonhámos
equilibrando de vez
nossos rumos
dúvidas e incertezas
escritas na bagunça deste
prefácio sereno
onde enfeito
cada pedacindo de vida
esbelta
caminhando na exactidão
do infinito afecto
até nos consurmarmos com
total delicadeza
predadoramente insurrectos
FC
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Comentários
josé João Murti...
2ª, 21/09/2015 - 22:31
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Bonito FC
Bom poema!
Abraço, joão Murty