A Arte Ambígua da Memória

Vaga memória dos anos que se foram...

 

Vaga pela veia calibrosa que nutre os contornos da mão.

Memória que ruma sem destino e passa em qualquer canto.

Dos que se foram e voltaram; que voltaram e ficaram; que ficaram e partiram; que partiram para nunca mais voltar.

Anos vindouros que sobrevieram; as mãos adolescentes conseguiram suportar.

Que nunca mais hão de deixar a existência, pois vagam pelo mundo e pelos olhos.

Se voltar se não voltar, o que importa é que tudo dentro de mim está!

Foram as memórias que me deram a razão para ficar.

 

Vaga pela veia, memória dos que se foram: anos vindouros que nunca mais hão de voltar. Se foram...

Género: 

Comentários

esta nostalgico

Escrevi-te algumas palavras do que ia por minha alma ao ler-te as escritas, mas... Algo passou-se cá no sítio e apagou o que escrevi-te na hora de o publicar..

...

Irei fazer novas leituras da tua "Arte Ambigua Da Memória" e tentarei deixar cá documentado meu apreço,pela beleza identificável da tua obra.

 

"...Se voltar se não voltar, o que importa é que tudo dentro de mim está!

Foram as memórias que me deram a razão para ficar."

 

Mas antecipo-te quefizestes-me lembrar  do memorável  Miguel Cervantes, quando quando escreveu na sua obra:" Dom Quixote":

 

 

"Ah, memória, inimiga mortal do meu repouso!"

 

 

Até breve Poeta,meu boa noite.

 

Ronilda, os seus comentários são sempre ricos e cheios de críticas construtivas e pertinentes. Eu estou bastante curioso para saber o que se passou contigo ao ler minhas escritas. 

 

E a sua comparação com Cervantes foi grandiosa para mim. Espero seu comentário ansioso!

 

Beijos,

 

Rhodys

Tens na tua escrita algo que mesmo implodindo,expande d'uma forma tão furiosamente comedida,que quem por uma acaso vai por perto passando,sente sem compreender de como e do porque algo em si mesmo explodiu tal qual um sismo sem nível detectado.

 

Fica na cerne do inconsciente,um sabor estremeado de emoções que de tão familiar, chega-se as raias do desconhecido.

 

Talvez penso eu,que o medo das profundezas daquilo que habita na humanidade que somos todos nós, faz com que tenhamos uma ténue conciência da nossa própria finitude, do quão tão frágeis somos e que bem capaz de que mesmo ferindo tanto algumas vezes, são elas: As vozes das nossas memórias que ainda nos dê a certeza de que o aqui e o agora,como o ontem e o futuro, a partida e a volta, o chegar, o ir, o ficar sejam de facto reais e não ilusões d'um tempo cuja s dimensões são além da nossa própria capacidade de decifrar,absorver e aceitar.

 

Perdoe-me pelas divagações, mas ao ler-te cada linha das tuas obras, sinto o quão são verdadeiramente sentidas por tua alma, para além do senso da beleza e da lógica compreendida.

 

Tenho duas filhas que a mim o é um eterno espanto ,são mistérios que fascinam-me a tal ponto que faz-me percorrer um caminho nem sempre é seguro e fazes-me evocar delas, a memória, na tentativa do acerto e do contínuo.

 

O que escrevi-te ontem fugiu-me completamente da mente, mas de qualquer forma não faz mal...Algures permanece invisível como a força da energia estática.

 

Grata por compartilhar um pouco de Ti connosco Poeta e nos oportunizar contigo um aprendizado fortalecedor em humanidade pura e simplesmente.

 

Meus cumprimentos e votos d'uma noite bonita e serena.
 

Se permite-me cá compartilho consigo:" I Grieve" do Peter Gabriel

 

 

http://youtu.be/fQ3wpjdYMqk

Olá Ronilda,

Admirável é se deixar levar pela sua imaginação vivaz e imagética. Ouvi também a música que mandou e é bem tocante. 

 

Sou grato por ter você como uma apreciadora da minha obra, pois aprecio muito a sua também!

 

Beijos,

 

Rhodys