Até podias ser tu...
Autor: Frederico De Castro on Tuesday, 22 September 2015
Conhecíamos todas as distâncias
Inventámos outras existências
sussurrando felizes
nossas memórias galgando
as cercas do tempo
alimentando nossos silêncios
rendidos à ondulante imortalidade
da vida em plena convergência
Paramos cada momento
dominando nosso mundo
adormecido num pouquindo
de sonhos entrelaçando-nos
num gomo de vida rejuvenescida
trepidando ávida
num acto de grandeza lúcida
e tão agradecida
Abeiramos com fulgor
todos os veios dessa luz
onde focámos em poesia
mil parábolas heróicas
erguidas nesta plácida
e tão enaltecida história
de vida
Até podias ser tu
a suprir-me a alma com amor
resignando-me eu perante
a ablação dissonante
nas cordas deste coração
batendo inesgotável pela
revelação alada onde avançam
todas as manhãs transparentes
embelezadas pela luz que desabrocha
eloquente
E na essência deste destino arrojado
apresso-me hoje procriando
cada pulsar feroz do nosso
fluir confidencial
onde sossego por fim
toda a formosura
que simplesmente existe
ou toda a ocasional unanimidade
neste estado de capitulação
onde tu gentilmente me redimiste
FC
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