Ator

Atuo escrevendo repetições,
de ideias, filosofias, sanções.
Antagonista da sinceridade,
vivo no mundo de máscaras,
ninguém nunca me viu;
e se viu, nunca me tocou.
Talvez tocado risadas,
talvez chorado na verdade,
olhou meus olhos e viu:
partiu pra outra retina.
Cegou-se de expectativa,
saiu do palco decepcionada,
eu: “mais uma sala lotada”.
Perdi-me no personagem,
sou depravado, sou poeta,
romântico perverso, sou esteta.
É pra você a bela cena,
é pra sociedade não rir.
Um palhaço do amor,
um dramaturgo de cor,
e no roteiro vou fugir
da mesmice que dá pena.

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