Barco
Autor: David Ferreira on Tuesday, 14 April 2015
Começo por sofrer de ter visões e não as tenho.
Visagens, viagens, vertigens, passam. Por que não?
Coisas e terras que antes não me havia passado,
Nem pelo meu lado de fora.
Afinal, o que se passa quando por acaso algo por alguém passa?
Recusas-te a ser a corrente água que não cessa de aguar margens e beiras,
Se melhor lhe parecer o nome, cá, pra mim, prefiro esse,
Sim, recusas, mas não vês que passas sendo leve, forte, agitado, revolto, manso, piracema.
Passas parado por tudo quanto é sonho e és refeito em cada tempo sem que notes.
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