BELLEZA E MORTE

 

      Quando Deus á terra envia
      Um anjo dos seus, é breve
      A vida que lhe confia.
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      Como a flor branca de neve
      Que ao primeiro alvor do dia
      No prado desabroxou,
      Assim ella veiu ao mundo,
      E tão rapida passou,
      Que d'este rumor profundo
      Nem um som, nem um gemido
      Por esse anjo foi ouvido!
      Nasceu, e sorrindo amou!

      Quem ao vel-a tão ditosa
      Tão feliz por ser amada,
      E tão feliz por amar,
      Bella, fragrante, viçosa,
      Cheia de vida no olhar,
      De luz na face encantada;
      Quem diria que esse amor
      Seria a chamma fatal,
      Que a devia emfim matar!?

      Pobre florinha do val,
      Da aurora ao primeiro alvor
      Nasceu, e sorrindo, amou,
      Mas com a tarde... expirou!

Junho de 1857.
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