A Borboleta
Naquele dia de sol intenso
Entre pessoas e crianças em festa
Uma borboleta espalhou sua beleza
Pousou no meu dedo e prendeu-me o olhar
Contou-me segredos, sussurrou com ardor
Cativou-me e depois voou para longe
Será que a posso reencontrar?
A distância era mais longa que um salto
Agora compreendo o termo platonicus
Querer tocar sem poder sentir
Ter medo de fazer ruir algo que não construi
Mas ainda assim desejar de forma ardente
Ter esta borboleta novamente em mim
Fazia-me sonhar de dia e vaguear pela noite
Pensamentos quentes, desejo de a sentir
O seu corpo colado ao meu tocando o céu
Explodir em mil cores num êxtase sem fim
Sentir tremores, ofegantes sabores
Da sua boca querer beber sentimentos
Enfim, tê-la por momentos para mim
Estás longe borboleta, nunca te vou ter
Tens o teu casulo bem arrumado
Ficou o prazer de te ter sentido no meu dedo
Criei um sonho, agora estou acordado.