BRADO AO MAR
Cai a noite tão fria
O ruido do mar que turbulento se agita
A dor da solidão toca a minh'alma
Ao ver no céu uma estrela que brilha
Vou correndo como louca ao seu encontro
Os pés na areia, quase nua, cabelos soltos
Me deparo frente a ti
Que me fitas furioso
Braços abertos, peito ofegante, tento gritar
Oh! mar dos loucos, dos amantes
Dos errantes, aqui me encontro
Venha então me abraçar...
Se és mais forte que a tristeza que sinto
Se és mais belo que o sonho perdido
Se tens na alma o que tento encontrar!?
Venha, aqui estou, venha então me enfeitiçar!
E então? Por que te calas
E te revestes de calmarias?
Por que toca meus pés
Tão brando, tão meigo e tão gentil?
Oh! sim, tu sabes que te ouço chorar e te compreendo
Pois, tal como eu, nas tuas profundezas
Tu também escondes o amor
Na simples forma de estrelas.