Cada um tem os seus monstros
Autor: JNicolau on Saturday, 2 April 2022
O escritor caído em desgraça corre
Sobre o papel como se fosse atleta,
Falha na intensão, a inspiração morre,
E nem é prosador nem é poeta…
É um homem que se arrasta e que rasteja
Para fora da mesa de trabalho,
Que para fugir faz seja o que seja
Até cair, vil, em chão de carvalho.
Mas levanta-se muito lentamente,
A contragosto, quase com desgosto,
Como se arrependido, como gente,
Que lacrima com lágrimas no rosto.
E sim, redime-se por fim, enfrenta
A folha branca até surgir a ideia,
Algures, por dentro de si, lamenta
Com um pranto que a mente devaneia.
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