Cafeína da madrugada
Autor: Frederico De Castro on Monday, 13 July 2015
Sossegadamente encosto-me
nas tuas gentis persianas
por onde respiro ténues perfumes
suavizados nos ventos surgidos além
repletos
com ganas de ti
possuindo-nos levemente tropicais
outras vezes
indubitavelmente espirituais
– Quero hoje
todo o silêncio só pra mim
recolhendo-me após o café da manhã
suspendendo os dias que partem
nefastos
repletos de cafeína
estimulando-nos os pesadelos
passados
reencontrando-nos neste presente
povoado de abraços penetrantes
convivências cuidadas em cada
beijo que te arremesso tão flagrante
– É mais ausente agora
cada prece
que se eleva na ordenha
perfumada que cultivo em fidelidade
É impune cada palavra
que se revela itinerante
e se desfaz na poeira do tempo
alimentando-nos quase delirantes
pelo verbo meticuloso e exaltado
que corteja minha poesia intrusa
quando não te escusas
e quase me devoras estonteante
infatigável em mim reclusa
– Enfeitei a noite
depois de partirmos
pelas horas mortas do sono
perseguindo nossos vultos ofegantes
no momento que pára
ou em qualquer segundo que exala
feliz
à nossa mercê
assim quase de rompante
qual comunhão de vida
imersa,excitante em cada sabor
envenenado nesta esperança vigente,frenética
em nós semeada…apaixonante
FC
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