*CAIN*
Autor: Gomes Leal on Monday, 10 December 2012
Cain no mundo errante, desterrado,
Fugindo á sua dôr cruenta e dura,
Morria sobre um valle, abandonado,
No sollo primitivo da Escriptura.--
O remorso--esse mal que não tem cura--
Não abatia o peito allucinado
Do que nasceu no seio do Peccado
Que herdou depois a géração futura.
Do Ceu sem mendigar luz nem consollo
Conservava inda erguido e altivo o collo;--
Mas nessa hora fatal que a todos vem...
Cain velho rebelde,--e atheu primeiro--
Nosso pae, nosso irmão, como um guerreiro.
Bradou, caindo--Ó Terra! ó Minha Mãe!
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