Cama fria e vazia (adaptado de Paula Pedro)

 

Infinitas lembranças eu tenho

sim, aqui neste meu habitat

na imensidão do vazio da minha cama, 

os lençóis… travesseiros, cobertores

perco-me em monólogos mentais 

Desejos vorazes invadem-me

percorrem minha mansuetude

Quase posso te sentir antes de dormir

Agarro as sensações, ilusões

parecem-me momentos verdadeiros

Fecho meus olhos… penso…procuro-lhe

sim, reviro…remexo as réstias da mente

que desmente que estejas aqui

és meu delírio…eu suspiro, choro, 

sufoca-me com loucura a alma

Ouço-te dizendo-me que me amas

dizendo-me: “boa noite!”; “bom dia”

Mas saiba, não estou triste

só estou repleto de carências

dores que a minh’ alma sente…

à deriva estou em ti, no teu mar

eu queria ter a chance de te amar

só mais um dia, com volúpia

com incandescencia sublime

Se leres este poema

saiba, dediquei-o a ti pela eternidade

pelo infinito daquele amor

que um dia, em mim, se fez presente

(Adaptado de © Paula Pedro,

Por DiCello, 03/07/2016)

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