Caminhando na noite
Autor: Frederico De Castro on Thursday, 2 April 2015
Vou a sós
caminhando na noite
transpirando todo
meu tempero poético
onde laivos
de chuva regam de mansinho
cada dobra de tempo que se
esvai, multiplicando nossa fé
engolindo esperanças
suspirando cada cantiga
que se descalça em alvoradas
de encanto, confidências
e calmaria
– Vou a sós
caminhando na noite
conversando nas ruas desertas
esperando a absoluta e embriagada
coreografia dos nossos abraços
até que me farte desta
cronologia onde deixámos
tatuadas as margens deste rio
correndo no corrimão onde por
fim desaguam
nossos sentidos,
em mares sem destinos
em gratas alucinações
coreografadas de improviso
– Vou a sós
caminhando na noite
desafiando o tecido luminoso do tempo
adornando esquivo toda a devastadora
cegueira levada nos ventos
Animarei todas as terras
com sismos de vitória e alegria
debruçada no felino amanhecer
com cânticos de amor
repartidos na tímida encenação
onde sopra meu profético adeus
buscando desvairado, cada jura
exausta,furtiva
senão por cada momento que desespera
enfim por cada exaltação silenciosa
assim como te quero
oh flor solitária e tão viçosa
por ti, ininterruptamente
cada dia espero
FC
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