Cansaço

Estou cansado, mas espere
Não de mim, mas da tristeza.
O subterfúgio que fenece
A amálgama da beleza.

Sou grato por tentar sorrir,
Bater meus pés na terra...
Só que lá os grãos infectam,
E brota uma lágrima e outra...

Penso ‘’nuvens devem ser’’,
Mas a chuva é interna,
O tempo é ruim de se ter
Quando ela parece eterna.

Fatigado, mas sou tenaz,
Não desisto nunca disso.
Se malogrado meu campo é
As flores na marra hão de crescer.

Sempre tentei regá-las,
Acontece que sou seco,
Os vermes ameaçam mata-la
Se o jardim murchar a esmo.

Quem sabe seja a ordem
Do universo ou da grande mata,
Somos tão verdes, porém
Tão negros... de uma tristeza tão enfada.

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