CANTOR

De teu peito fremente qual vulcão feroz,
Emergem mansamente tuas cruas mágoas...
À tarde, do arroio quando se escuta as águas,
Vem a lembrança de tua branda voz.

Amas brincar c`os sons, amas a melodia,
Povoar os refúgios dos gentis ouvidos.
Teu cantar se compara aos matinais gemidos
Que o pássaro sobre o arvoredo preludia.

Em teus lábios lhanos de alegria os sinais
Nos saraus espalham-se como uma cascata;
Aos suspiros de Orfeu soturno são iguais.

À noite, pensando em tua musa insensata,
Tu, que anjo serias nos coros celestiais,
Cantarás ao relento a airosa serenata.

POEMA ESCRITO EM 06/02/2012

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