Carta a um poema intrometido
Carta a um poema intrometido
Ninguém te chamou
Deixa de ser metido
Só porque o momento é sublime
Porque o vento beija a face
Você vem com esse disfarce
Com esse papo ao pé do ouvido
O momento é outro
Você estava se comportando tão bem
Não era a hora
Mas você resolve aparecer mesmo nesta folha amassada
Não quer saber de aparências
Bem, nisto eu te saúdo e te admiro
Mas chega
Pare com esta sedução implacável
Tudo bem, você está nascendo
Crescer e voar é contigo
Dei-te asas
Vamos ver até onde consegues ir
Então é isso, meu amigo
Não devia, mas confesso que gostei da visita
Não era a hora, mas quando é?
Agora tenho que voltar
E me dedicar a um primo seu
Um primo grande que ninguém conhece ainda
E que tem me dado tantas alegrias secretas
Às margens deste lugar especial
Bons voos
Que você possa alcançar
Muitos corações e mentes
E que possa ser lembrança boa
No intervalo atemporal
Donde mora a poesia
Comentários
josé João Murti...
2ª, 25/08/2014 - 19:14
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Boa sátira
Gosto deste tipo de escrita, um pouco de ironia adoça os momentos!
Abraço