Cartel das cumplicidades

Olhando-te neste gesto alucinado
Desafogo a matreirice dos desejos
Num febril verso ousado desnudando
A textura de um olhar guloso e tão fascinado
 
É como esconder da alma o sonho ou tentação
De um desejo lambendo a sedenta carícia maquinada
numa dose de adrenalina frenética estimulando a
Brejeira ilusão saltitando assim desatinada
 
Vulnerável se tornou a existência das palavras
Encarceradas no berçário dos sonhos flagelados
Deslumbramento de uma cumplicidade sustenida
Tingindo a alma de acordes e beijos
Fantasticamente orquestrados
 
Conheci como defenestras os perfumes que roubas
No musical momento onde dissecamos
Cada lamento umbilical
Harpejo dos nossos sentidos deambulando
Consolidados num perdão assim tão radical
 
Atados à depilante madrugada que se avizinha
Envernizamos a luz mortiça penteando cada
Sombra enlutada alimentando em ladainhas
O ousado e febril prazer que só tu adivinhas
 
Palavra por palavra empresto-te o cartel
Dos meus desejos galopando em acrobacias
De erupções majestosas incandescendo até
A noite que se delonga imune aos suculentos
Ais que me deixas-te rebitados neste verso
Rebelde esfacelado…sinais eu sei,somente
Do meu desalento
 
FC
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