Cegueira do tempo
Autor: Frederico De Castro on Tuesday, 31 March 2015
Levado nos ventos
encanto-te prodigioso
uivo demolindo teus
cantos do mar imenso
até devorar a cegueira do tempo
em constante e selecto cortejo
E sem contratempo
caso-me contigo
ao som longínquo das
nossas gargalhadas agitando
tanta madrugada
bramindo a noite tricolor
espairecendo majestosa
em revoadas esfaimadas
de flébeis cânticos
de fecundidade
triunfantemente exaltada
Levado em silêncios
sinto ressoar
ainda retumbante
teus exílios nómadas
decorando cada momento
dos nossos alentos
em vendavais emocionantes
onde florescem arrebatados
quaisquer fatídicos abraços
rimados em cânticos a preceito
Alimentado em opulências
nesta fome indesejada
devoro-te até
os sonhos
busco toda a brandura
flagelada e forjada
em chamas onde cativo
partilho
afagos delicados
tempos vagos
famintos
propícios
escapulindo por entre
engaioladas existências
soterradas na leve brisa
onde naufraga de vida
cada momento perfeito
cada dom de beleza
com destino marcado
onde celebro
com beijos lavrados
em vénias dóceis de amor e alegria
assim benevolamente tatuadas de euforia
FC
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