Celeste
Quero estar lá. Na profunda imensidão de suas formas. Vejo e as compreendo. Suas linhas paralelas. Linhas que percorrem seu desenho natural, ao alto de sua colina, ao finito horizonte. Demonstrando seu próprio nascer. Lá posso ver os pássaros, eles voam por lá. Lá posso ouvi-los, eles cantam por lá. Não sentem temor, ajudam a fazê-lo. Faz jus a calmaria, admirada por minha compreensão. Quero estar lá. Não é cálido onde está. É pouco e pouco célebre. Seu firmamento azul, e nunca volúvel. Da cor da neve estará quando o inverno tomar. Gosto assim. Seu frio também aquece. Suas divergências são apreciáveis. Sua relva verdeada ultrapassa meu olhar, da pequena estadia, número trinta e três, ao alto da colina, no longínquo horizonte. Esta a verdejar o caminho, nutrido de paisagens imensuráveis, pelas quais estão a matizar. Quero estar lá. As formidáveis flores exalam-se pelo campo, chegam às barreiras dos rios com água límpida e cristalina, jamais vista. Suas extensões enxergam outros caminhos. Água não há de findar, alimento tão pouco. Pelos campos, árvores, lugar. Finito é, presente é. Vida não há de findar. Quero estar lá. A labuta não é intensa, ao ritmo consigo respirar. Seus frutos são possíveis de alcançar. Tão logo posso regressar. No caminho do condado não há guerra por lá. Não é preciso inquietar. Ao fim de seu percurso, os clareios do sol estão a brilhar. Luzes claras, brancas, únicas vêm ao entardecer aquecer. Faz ao redor crescer. Faz-me viver. Quero estar lá. Com a chegada do repouso estarei a descansar, em minha pequena estadia, iluminada pelas luzes do luar. E abençoado pela calmaria, estarei a pensar: os próximos dias podem chegar, as próximas noites hão de chegar, ainda sim continuarei a amar aquele lugar. Lá quero estar.