Cheio de nada e de tudo
Cheio de nada e de tudo
Demasiado ocupado a queimar tempo.
A defender os meus direitos, Igualdades,
Deveres e obrigações nos salários e opções.
A lutar por uma causa, sei lá. É a Vida.
E todo este tempo deixei o amor de lado,
O relógio biológico deixou de dar horas.
Os campos secaram.
E agora, no Outono da vida histórica,
Não tenho nada. Nem cão nem gato.
Tenho o que resta, tenho-me a mim.
Não tenho motivo psicológico oculto
Para o meu comportamento. Fui.
Vi o ensejo de uma vida
E aproveitei-a.
Nas bofetadas, encatrafiei luvas brancas,
Para não deixar má impressão.
Elegi a intimidade à grandeza
E o conforto à sumptuosidade.
No enceto no meio e no termo,
A vida é amor o resto não existe.
Sei, o amor não tem idade; está sempre a nascer.
Não deixo de ser quem sou, mas todos os dias eu me transverto,
Viver é ressurgir todos os dias.
Então, preciso de tempo e não pressa para viver!
_Antes que me esqueça_ jmcenteio