Cidade celestial
Autor: Frederico De Castro on Monday, 28 December 2015
Para lá de todas
as fantasias dormitando
entre celestiais coreografias
do tempo
submergem felizes
os ventos gratinando a vida
que brada veemente
em tons e matizes coloridas
de esplendor
consumindo a brevidade
e as longas horas
em que respiro cada revelação
escrita em profecias coloridas
de unanimidade
Eis-me flertando o teu silêncio
Eis-me falsificando o tempo
só pra te ter recôndita
em mim
Eis-me conivente
com tuas inocências
solidário, diligente
exergando-te sem ambiguidades
sucessivamente
Preso à plenitude da manhã
onde dissecamos as saudades
deixadas
tão óbvias,tão cordialmente
Encontrar-nos-emos
em outras cidades celestiais
transformando a morada
dos nossos seres em
engenhosos pilares que
sustentam o amor
Consumaremos as palavras
invisíveis em ecos
penitentes de fé
Satisfaremos cada existência
meditando na solidão
que foge tão inesgotável
num ápice
deixando-nos só um
longínquo e breve adeus
sem domícilio nem remissão
Eis-me aqui
figurante do tempo
neste teatro de vida
onde me exilo ágil
enclausurado no funil
deste destino
desfilando em enredos
tão tácteis
Eis-me aqui
onde habito deportado
rabiscando um verso
devorador,
esculpindo-te desapressado
sem arestas de melancolia
nem a penumbra de um
raio de sol arisco
iluminando esta noite insólita
que morre esquiva
nas prateleiras do tempo
lambendo somente cada desejo
mais intrusivo
galgando-te volátil, ostensivo
FC
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