Cidade Estragada

Vire à direita para uma ignorância perfeita.
Coma os dejetos da tua cidade
Estragada pelos agrotóxicos...
Implore para que os dejetos não te estraguem alguma parte do corpo,
Implore uma quantia miserável no final do teu mês de morto.
Sangre na fila e espere envelhecer nas migalhas desse pedacinho
Com as coronarianas entupidas de gordura, falecendo de mansinho 
Qual a possibilidade de tu seres um possuidor?!
Morra do coração aos trinta anos da tua idade mal conservada.
Vire à esquerda para te perder de vista do livre-exame.
Essa tua nódoa sem lâmpadas acesas é um declive das trevas
Esses teus erros incontáveis, essas tuas frustrações infames:
(Esse labirinto entre o que queres ser e o que realmente és...)
Só aligera a nossa aniquilação; minha, tua e dos seres!
Seres de dores medíocres
Seres de dinheiro
Seres de prazeres
(Vire à esquerda para tua vida mudar.)
Vira o teu dorso à direita para a potestade.
Trago aqui uma amostra do sangue esparramado...
Trago tanto as dúvidas de um homem comum 
Quanto as dúvidas de um alienígena codificado.
Vire à direita! Siga em frente! permaneça! fique, fique parado!
Permaneça com os teus olhos muito bem fechados...
Já é tarde pro teu conserto, abre os teus botões no desalento.
Nenhuma janela se abrirá novamente, respire fundo, braceje e acene. 
Tu nasceste no terceiro-mundo e eles te marcamram
Com vacinas, como animais
Com chacinas como chacais
Para que todos saibam que tu, homem, tu nasceste na desvantagem.
O ensino educacional nas ruínas é que vomita os teus burros
Quando tu não sabes responder, quando não sabes esperar
Quando espera aprender tudo de uma vez é que tu erra em tentar!
O teu rasgo foi obtenível através das tuas atitudes
E o teu efeito: uma cidade, um mundo, um paraíso perdido...
Desconfiar foi mais eficaz!
Desconhecer não te salva do teu gole profundo de veneno
Pois tu próprio, homem, já é um desconhecido de ti mesmo.
(Vire à direita para explodir a tua cabeça.)
 
04 . 08 . 2014
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