As cinzas do dia

Agora, resta apenas a cinza
dos dias cinzas.
Presto, rugem as bestas
que guardam os tesouros
e tu, homem, perdeu
o caminho das quimeras.
Está vazios o teu jardim,
vago, o teu leito
e seco, o teu peito.
Roubaram-te a vida
os ladrões da vida
e submerges afogado
pelos sujos oceanos
das perdas e danos.
Sucumbes entre as ondas
das obrigações
que te fizeram querer.
Sufocas por não ter beleza,
por não ter riqueza.
Sufocas por que dizem
que tu és apenas o que é.

                 Para Beth. Saudades.

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