CIUMES DO PASSADO
Autor: Bulhão Pato on Sunday, 3 February 2013
Quando teu rosto adorado, Da luz do amor se illumina, Resplandecente a meu lado, Não sabes por que anuviado O meu semblante se inclina? Por que um amargo sorriso Pelos meus labios deslisa, Quando teus labios, Luiza, Me proferem anhelantes, Tantos protestos de amor! É que minh'alma se opprime Á lembrança do passado, Em que já outro a teu lado Escutou essas palavras, Que me repetes agora Cada vez com mais ardor; E que esses mordidos beijos Que me perdem de ventura, Dados co'a mesma ternura Já perderam de desejos Neste mundo outro tambem! E tu não sabes, querida, Os zelos que me devoram, Á lembrança que na vida, Já quizeste a mais alguem?! Janeiro de 1851.
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