Clausura
Autor: Frederico De Castro on Thursday, 11 September 2014
Clausura
Sinto-me reerguer,
hoje ao culminar
o dia em prantos
desfigurando cada lágrima
comprometida e pálida
caindo pela face,
redimindo a fé imensa
que meu canto resguardado
num eterno desenlace
me amordace
e fortaleça nos abraços teus,
depois de tanto embaraço
resisto ao desembargo vagabundo
dos trilhos que a vida leva
levada por tanta injustiça
sentenciada nas preces do tempo
Afinal quem sou
além daquele que quero ser?
Imenso na desdita desta vida
remando ávido na moldura da esperança
leal e sábio assim que posso
sofrido e justo quando quero
mesmo que por desesperados segundos,
forte, impermeável mas fecundo,
sendo renovado dia-a-dia
sempre corajoso o suficiente para dizer
assim me quero...feliz ontem
amanhã de novo refeito
do jeito infantil e efémero
onde abraço toda a breve
ânsia insegura
que por fim com ternura me deleita
na perene clausura de um suspiro
proscrito no púlpito desta eufórica
oratória insatisfeita
FC
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