Comemorar a vida
Autor: Frederico De Castro on Monday, 11 May 2015
– Fiquei deveras hoje
cativo ao sul da mesma manhã
onde nos embrenhámos solícitos
fraternos
compelidos na plena formosura
dedicada,recíproca
por tantas meditações acuradas
na génese esbelta onde pernoitámos
em promiscuidades cúmplices
maturadas pela tua meiguíce
– O que em mim predomina
será um gomo de vida mílimetricamente
saudado em teus assédios
será apenas a beleza
que o tempo de enxurrada
nos faz viver,
tão terna e desesperadamente
– O que não nego são
preces que decorei ao sabor
temporal da nossa fiel adoração
como recompensa final
onde povoamos este triste tédio
com palavras logradas no liberto
perdão que oblitera de vez
cada pecado rasurado em
páginas implacáveis decifradas
em tanto amor planejado
envelhecido pelas conquistas onde
se fazem despertar até os silêncios
do teu sublime e tão fatídico assédio
– Só quero que me restituas
a esperança
que me refrigeres o desconsolo
onde eclodem minhas visões
lavradas em chamas vivas
abrasadas assim
onde simplesmente nos excedemos
trágicos e sem tempo
de por cobro ao tempo
– Assim nos extinguimos sem repúdios
acometidos, insurrectos
pressentindo o fremir ténue
em cada onda em silêncios
cada momento velado em despedida
sem mais homenagens que se
elevem no pódio da vida
– Vivamos sem mais lutos itinerantes
convertamos esta poesia
em despojos tão lentamente ofertados
em episódios banhados de amor
que me fazem compartilhar
o tempo e a eternidade
ecoar,bramindo, entoando,
assim lentamente nos aconchegando
tão vivos de vida comemorando
FC
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