A Comunidade Pede Socorro

A comunidade pede socorro!
Esquinas tristes
Histórias de violência. 
O futuro aniquilado no morro. 
Invadiram as casas
E quem fugiu 
Conquistou sobrevivência...
O barzinho na avenida.
O latido dos cachorros.
As carroças transitando...
Tonéis d'água...
A chuva molha a esperança do povo.
Foram trezentos e sessenta e cinco dias de novo.
(E o calendário confunde e atola com o seu ano novo...)
Festas?
Gente rica.
Um novo pensamento positivo
Pra sair do negativo de novo...
Por trás disso tudo,
Do mundo, da fama, do esporte e do lodo
A comunidade pede socorro.
De madrugada é que se escuta o esporro. 
Quem tem boca e quer a boca falando
Direciona a boca pras coisas boas
Quem tem bico e quer o bico afiado
Não gasta ideia atoa...
O declive da ladeira 
Há muito tempo vem sangrando. 
O barulho se mistura aos tiros em meio à garoa.
(A comunidade pede socorro
Mas sei que Deus não à amaldiçoa.)
 
12 . 10 . 2014
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