Confissão d'uma rapariga feia (INCOMPLETA)
Autor: António Nobre on Saturday, 19 January 2013
Ha raparigas n'este mundo,
Ha raparigas que são feias,
Mas nenhuma tanto como eu.
De mim tenho nojo profundo,
Ciumes do Sol, das luas cheias,
Que vão tão lindas pelo céo!
Nos arraiaes, nas romarias,
Adelaides, Joannas, Marias,
Todas tem par, mas menos eu.
Todas bailam, rindo e cantando,
E eu fico-me a olhal-as scismando
Na sorte que o Senhor me deu!
Se eu fosse cega ou aleijada,
Talvez ficasse resignada,
Porque havia de queixar-me eu?
Mas sendo sã, sendo perfeita
Tua vontade seja feita,
Senhor! é sorte, é fado meu!
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