*CONFISSÃO A UMA VIOLETA*
Autor: Gomes Leal on Saturday, 19 January 2013
Eu confesso-me a ti, doce flor delicada!
Recolhida, modesta, e sol da singeleza,
Das vezes que atravez da verde natureza
Fiz soar com orgulho a bulha do meu nada!
Em vez de amar a vida humilde, chã, callada,
Do sabio estoico e são, exemplo d'inteireza,
Quantas vezes cuspi no Justo e na Belleza;
E cri-me o Fogo e a Luz da géração creada!
Orgulho! orgulho vão! Vaidade e mais vaidade!
Como disse o rei sabio e justo á claridade
Dos astros da Judea e ao gyro dos planetas!...
Feliz de quem como eu ri das Academias!
E estuda as novas leis e as grandes Theorias
Nas folhas femenis e meigas das violetas!
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