Corpo – Homem

 

 Corpo – Homem

Despido do salivar da minha língua,

teu corpo-homem arde em fogo nas cinzas

do olhar  solto de prazer.

No topo do tronco flutuam letras de cabelos brancos,

que marcam a vivência física.

Olhos fundidos no manto verde dos campos,

cercados por cercas escuras da noite,

Inebriam meus-  teus lábios dormentes,

não…, sim…, respirar teu hálito,

prender tua língua na minha,

perder-me no alfabeto do Corpo-Homem.

Escorre pelo meu rosto caricias, carinhos

desenhados em teus dedos de água-fogo.

Renasce no fim da planície do peito o

monte geográfico depositado no bojo,

cristal de gelo cintila no cume que se

derrete entre lábios vermelho paixão.

Pálidos dejetos são expelidos em fúria pelo sexo do prazer,

armazenados em reservatórios duplos das fontes vivas de pele nua.

Em pé firme dentro da floresta de nevoeiro imagino-te e

desnudas o resto dos meus sonhos.

Gila Moreira

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