Coube a mim
Autor: Frederico De Castro on Wednesday, 15 April 2015
Coube a mim essa
porção de saudade
colhida em unanimidade
quando sustento e personifico
teus beijos em rasgos de amor
e voracidade
Amadureci a paciência
que tempero noite e dia
mal se deite a lua por teus
raios empolgada
Coube a mim
imaginar-te assim
ilibada
colhida entre flores
que desvendam seus perfumes
ao adocicado dia
que faminto se despoja
do tempo irremediavelmente expirado
delicadamente aromatizado
por histórias gentis
que relembrámos a cada
louca meditação
divertida,entusiasmada
e tão inesperadamente apaixonada
Coube a mim
deixar morrer cada detalhe
na religiosidade de minh’alma
quando é célere
uma despedida anunciada
e gerada pela assiduídade
da tua ausência
manuseada pelo esquecimento
das palavras consumidas em banalidades
que regurgito
momento a momento
Coube a mim
Prover-te inestimáveis beijos
em cada imperceptível olhar
tingido de reciprocidade
Adornar-te sem mais discussões
Desmoronar em ti
nossos frágeis e mútuos sentimentos
apetecer-me até conspirar
entreolhares de consentimento
cingidos a cada passo
soerguidos
delineados
nas aparências deste poema
formado no arquípelago imenso
unificado
pelo nosso flagrante
e minucioso comprometimento
FC
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