Covil das memórias

Envelhecem as sombras da madrugada
Desfrutada na óptica do utilizador, enquanto
Além se espreguiça a solidão recauchutada
 
Descontroladamente esperneiam as horas
Quase electrocutadas deixando em cacos
O silêncio e as palavras mais matutadas
 
Ao longe ouço o ensaio musical decantado
Numa brisa feliz e arrebatada qual comício
Da vida purgando minha poesia assim excitada
 
Nos covis da memória talho uma altiva saudade
Escalo qualquer ilusão pendurada nas estalactites
Do tempo insipido, ausente, brutalmente acossado
 
Em queda livre a noite seduz-se no néctar das
Luminescências apaixonadas até se perder na
Fecunda solidão, imperiosamente confeccionada
 
FC
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