Curvas

 

Bombeio a alma de sol quente

na preguiça do despertar

com os tormentos nas lágrimas

ainda por assentar.

Rompes um sorriso no meu luto

pelo tempo que o silêncio

segura no ar;

e renasço do cheiro a madeira podre,

deixando para trás as teias 

de ingénuo brilhar.

- " -

Escuto o vazio das palavras

que articulas, mastigas e enrolas

nessa língua de fiambre fino.

Aninho-me sob terra em ruína,

largo as cores do arco-íris,

dobro-me no sal de prantos enxutos

e viro pó.

 

06/2016 & 08/08/2017

[http://aminhaevolucao.blogspot.pt/2017/08/curvas.html]

Género: