A dívida secreta

O café frio aumentou meu desgosto
a dívida secreta que traz a genética do absurdo
olhos claros e silenciosos
como a neve incomunicável que ninguém quer encontrar

o sangue pode animar
mas esse doce prazer poderia ser contabilizado
no melhor instante e eterno

a água causa tudo: vida e morte
inclusive mais água para chorar
a dívida secreta da tristeza
o terrível preço, ninguém
que é constituído da água
deve pagar

a dívida insensata da incerteza
como tudo isso vai acabar

O ar que eu respiro deixou de ser delgado
a dívida secreta que pouco se observa
partículas ácidas a inalar

a dúvida constante a não sarar
entre os baluartes do mundo
e suas camisas de linho puro com abotoaduras de ouro e diamantes entre os nobres
danem-se os corpos com suas ataduras e os pobres

eu não aguento mais este amor unilateral
que não ama
roupa suja expostas no varal
adeus minha criança
Hanna Barbera, minha pista enorme de autorama.

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