Da minha poesia

És livre de ortografia, caligrafia e quaisquer dessas chatices
Podes muito bem ser coisas que o monstro normativo não permite
Tu omites detalhes e inventa adjetivos para descrever o inútil
Ah, poesia te amo, pois és leviana como a menina que amo
Te amo pois podes ser o que bem entender, assim como ela
Foge dos padrões pré-moldados
Te amo pois faço-te pensando nela
Só tenho-lhe uma queixa, pois em algo assemelha-se  comigo
Sem um certo pedaço acaba perdendo o ritmo e a graça
E de pirraça faz com que o sentido se perca no espaço
Assim como eu sem ela já não penso como antes
Já não existo como antes
Já não resisto como antes
Já não vivo, apenas sobrevivo

 

Mas escrever, escrever sim, sem ela sou o maior poeta do mundo!
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