A Dama de Negro II

II
VOZ
 
 
 
 
Escondida do mundo, escondida em mim.
E vivo assim, estou e não estou.
Como uma dama de negro
Eu sou.
 
Na toca escura, reprimo-me.
Enclausurada na minha prisão,
Nas minhas mãos a chave,
Mas estou trancada dentro de mim.
 
Triste é viver sem existir,
Dá-me vida. Dá-me corpo.
Ar e movimento,
Som e melodia.
 
Dá-me voz, tenho voz.
Posso sair de dentro de mim
E tornar-me quem sou?
 
Sempre estiveste aqui,
Oiço os teus gritos, dama de negro.
Liberta-te.
Sai de dentro de mim e vem ser eu!
 
Escavo caminhos,
No meio da escuridão.
Preciso encontrar-te,
Mais e mais próxima de ti, dama de negro.
 
Rasga a pele que te prende,
Morde as grades da tua prisão!
Segue a voz, a voz que és.
 
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