A Dança dos Homens

   Sob o manto marmóreo do sonho
   flui a torrente da realidade líquida,
   fervilha o excesso que queima a pele
   e a rasga de dentro para fora.
   Contemple-se: uma pantera e um tigre
   deitados - num abraço num beijo num orgasmo -
   numa cama de flores e de grinaldas,
   mergulhando no esquecimento de si mesmos.
   E como as feras o homem despido
   cantando e dançando consigo mesmo (e com os deuses) -
   porque todos os homens são ele mesmo (e são os deuses) -
   deixa-se embriagar pela renovação da primavera.

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